Impasse

Sem acordo com a classe patronal, trabalhadores do transporte coletivo solicitam reunião com a Prefeitura

Sindicato pede um reajuste salarial de 11,97%, além da criação da categoria de motorista/cobrador, cujo aumento seria de mais 25%

Foto: Michel Corvello - Ascom - Sindicato negocia um encontro com a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB)

Por Heitor Araujo
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Terminou sem acordo a reunião entre a classe trabalhadora e patronal do transporte público pelotense. Os trabalhadores pedem um reajuste de 11,97%, além da criação da categoria de motorista/cobrador. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Pelotas e Região (STTRP), agora, negocia um encontro com a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), para apresentar a proposta, o que deve ocorrer apenas após o Carnaval.

O representante do Sindicato Patronal, Enoc Guimarães, aponta que a classe oferece o reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou 2023 no acumulado de 3,12%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice proposto, no entanto, só será conhecido após a atualização do acumulado de 12 meses em relação a fevereiro, que deve acontecer no próximo dia 8.

Guimarães afirma ser impossível, devido ao momento vivido pelo transporte público, aceitar a proposta dos trabalhadores, cuja criação da categoria de motorista/cobrador pode representar um aumento salarial de até 30% - de 25% em relação ao piso dos motoristas, após o reajuste de 11,97% solicitado pelo STTRP. "Estão fazendo um pedido fora de contexto, de 30% ao motorista, o que não existe condições econômicas, na minha opinião, pelo momento vivido pelo transporte coletivo", afirma.

O presidente do sindicato dos trabalhadores, Claudiomiro do Amaral reforça a necessidade de uma reunião com a prefeita. Ele afirma que a ideia do Sindicato é evitar que se faça uma paralisação pela falta de reajuste, que acontece anualmente. A proposta deste ano representa 6,97%, relativo ao aumento do salário-mínimo executado pelo governo federal, mais 5% de ganho real.

Ainda segundo Amaral, atualmente, cerca de 40% dos motoristas acumulam a função de cobrador, que será extinta até 2027, após lei municipal aprovada em 2022. O sindicalista afirma que esse acúmulo de função gera desgastes físicos e psicológicos aos trabalhadores. "A tarefa de dirigir já é estressante e exige atenção constante, quando esse trabalhador precisa se preocupar em receber valores, fazer o troco e atender passageiros com dificuldades de mobilidade sozinho, é inevitável que a carga de estresse e o desgaste aumentem. É preciso reconhecer e compensar isso de alguma forma", diz Amaral.

Há mais de 400 trabalhadores do transporte coletivo em Pelotas: aproximadamente 230 motoristas, cujo salário hoje é de R$ 3.217,89. A remuneração dos cobradores é de R$ 2.145.

Prefeitura

O secretário de Trânsito e Transporte (STT), Flávio Al Alam, diz que a criação de uma categoria nova exigiria uma revisão do contrato de licitação do transporte público. "Como incluir uma categoria que não existe na licitação? Vamos fazer um novo contrato? O usuário quer pagar por isso?", questiona.

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